segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A Grande Viagem


Essa semana foi realmente fantástica! Muitas coisas boas aconteceram no decorrer dessa maravilhosa viagem. Acredito que não sou capaz de em apenas uma postagem descrever tudo que vivemos e sentimos... Tiramos muitas fotos e filmamos também, mas isso não será capaz de descrever cada sentimento e emoção sentida. Elas servirão para lembrarmo-nos de que realmente tudo valeu a pena! Cada dor sentida, cada aula perdida, ensaios, insônia, estresse, trabalhos acadêmicos deixados de lado... Enfim, valeu a pena TUDO que fizemos para tornar esse sonho real!
Sei que muitos dirão que esperaram muitos anos esta tão sonhada viagem para o exterior. Porém, eu realmente sinto-me realizada em representar não só a instituição Meninos do Morumbi, que muito me ofereceu e ajudou na construção do ser que sou hoje, mas também meu país tão querido - O Brasil.
Já na recepção as coisas foram sendo desrotuladas. Digo isso porque sempre ouvi dizer que os estadunidenses não são receptivos e só se preocupam com eles. Enquanto na realidade me senti recepcionada por parentes, pessoas próximas preocupadas sempre em nos ver bem.
O clima e a comida de fato são bem diferentes do que estamos acostumados no Brasil, mas conhecer culturas novas verdadeiramente agrega valores para toda vida. Por isso em algum momento esses tópicos  (incluindo a distância) foram vistos como obstáculos, que ultrapassamos com muita alegria. Diante disso tomo a liberdade de mencionar essa viagem como uma grande aventura.
Nessa aventura podemos conhecer Notre Dame visitando a famosa basílica, onde fizemos nossa primeira apresentação, monumentos da guerra, a gruta da Nossa Senhora de Lurdes, o estágio, o espaço onde eram realizados os ensaios da banda marcial, os campos de treinamento e alguns de seus prédios e suas histórias nesses 170 anos que a universidade possui. Ela de fato é muito bonita e bem conservada - um local realmente encantador. Além da universidade fomos jogar boliche, mini golf, fazer compras no shopping da cidade e patinar no gelo.
Não poderia deixar de mencionar as apresentações e os valores que elas tiveram nessa excursão. Considero como a primeira apresentação O Salmo que cantamos na basílica. Não havíamos nos preparado para isso, entretanto, a música saiu linda emocionando cada pessoa ali presente. Foi como se naquele momento todos nós estivéssemos sendo recebidos e abençoados por toda aquela santidade presente.
No decorrer da semana fizemos pequenas apresentações e ensaios abertos antes do grande dia e este dia era Sábado, pois nos apresentaríamos juntamente com a Banda marcial de Notre Dame no intervalo do jogo de futebol dela contra Stanford.

Dia 13 de outubro de 2012 é esse o dia que ficará armazenado com muito carinho na memória de cada participante desse espetáculo, seja eles participantes ativos ou os que trabalharam nos bastidores. Aquele dia, diferente de todos daquela semana, amanheceu chuvoso e já às nove da manhã todos estavam de pé ensaiando para que na hora tudo estivesse perfeito. Terminamos de nos arrumar e fomos em direção ao local onde nos apresentaríamos antes do estádio. As pessoas que precisavam de apoio médico foram logo atendidas enquanto outros ainda se arrumavam e ajudavam os colegas. Era verdadeiramente tudo muito rápido!
Por um momento achei que aquela chuva toda fosse adiar ou apagar nossa apresentação, então pedi a Deus com toda minha fé para que ela desse uma trégua, entretanto, não foi isso que aconteceu! Vi maquiagens sendo escorridas pelo rosto das meninas, os cabelos, que tanto deram trabalho, sendo desmanchados, mas em momento algum pude ver um sorriso sendo fechado, pelo contrário, tudo aquilo era uma tremenda piada para nós que viajamos cerca de 12 horas para estar ali. Então à única coisa que nos restava era superar tudo aquilo e dar o melhor que tínhamos! Os cabelos foram refeitos, a maquiagem retocada, a roupa trocada e no momento da apresentação, quando o narrador do jogo disse “Os Meninos do Morumbi” a adrenalina já era tanta que a dor não existia mais, o frio havia passado, pois nosso som simbolizava o Sol, juntamente com a Chuva, que de fato caía, transformava a dança e o canto um enorme arco-íris que deslumbrou todos ali presentes. Uma tremenda festa! Que não poderia ser mais bem finalizada com o resultado de Notre Dame 23 X 20 Stanford.
Depois de muito gritar “GO IRISH” fomos convidados para participar de uma missa. Estávamos todos ensopados, mortos de fome e quase vencidos pelo cansaço, mas a missa deveras foi bela, ou pelo menos para mim que nunca tinha participado de uma.  Sua mensagem era bem simples: Que nos desprendesse da matéria e nos ligasse um pouco mais à espiritualidade. Algo mais que emocionante e que jamais será esquecida! Minha primeira missa em uma igreja nos Estados Unidos, realizada em inglês e traduzida por um ateu. Isso sim é o que chamo de amor ao próximo (a lei mais importante do evangélico)! Por instantes abrir mão da sua crença ou ideologia a fim de proporcionar um momento desses aos adolescentes que acabara de conhecer.
Por fim, jantamos e fomos para nossos dormitórios onde foi realizada a “despedida” entre nós e os estudantes brasileiros que lá estudam e nos ajudaram e acompanharam no decorrer da semana. Emocionante, todos chorando porque mesmo em tão pouco tempo criamos laços com essas pessoas, trouxemos para eles a alegria da nossa terra fazendo assim eles sentirem saudades de familiares e amigos. Foi muito gratificante saber que mesmo em semana de teste todos eles deram um jeito de estar conosco, mesmo que por pouco tempo, nos prestigiar nas apresentações realizadas. Obrigada a todos.
O fim de nossa viagem estava chegando, enfrentamos mais duas horas e meia de ônibus de ND a Chicago e o Carlão, mais uma vez, mostrou sua vocação para agente de turismo nos mostrando as ruas e os prédios mais famosos dessa cidade, uma das mais arquitetônicas do mundo, sendo cenário de vários filmes e seriados. Ainda nela, tivemos o privilégio de visitar Navy Pier, de onde podíamos avistar o grande lago Michigan e a cidade de cima de uma roda gigante. Ali mesmo comemos e depois seguimos em direção à grande escultura “Feijão”. Com muita saudade de casa esse momento foi o “delírio da galera”.  Há mais de cinco dias sem nosso feijãozinho nunca havia pensado que encontraríamos um enorme feijão nas ruas dos Estados Unidos! Finalizamos esse dia indo à Miami para dormir e no dia seguinte retornar a nossa pátria amada. Mas não poderia esquecer-me da alegria que era ver todas aquelas pessoas nos reconhecendo nos corredores do aeroporto de Chicago! Provavelmente o canal onde passou o jogo é como se fosse a rede Globo para nós, e todos que nos pararam diziam que gostaram muito da nossa reformasse.
Seria impossível fazer uma viagem como essa e não compor uma analise sobre a diferença de cultura e infraestrutura dos EUA, um país de “primeiro mundo” e o Brasil, em fase de desenvolvimento. É claro para todos que um país nunca desenvolverá com tanta corrupção, e principalmente eleitores sem comprometimento com sua própria nação. Pessoas que contentam se com pouco e acreditam que não dá para melhorar. Mas nós temos o dever, como embaixadores dela, multiplicar a ideia de que a cultura, a arte, o esporte e a educação de modo geral são à base de tudo. Bons pais, bons profissionais, cidadão de bem. Algo que a instituição Meninos do Morumbi diz a quinze a nos e que vem mudando vidas de jovens como eu, por isso que me orgulho tanto de ser Meninos do Morumbi.

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