Essa semana foi realmente fantástica! Muitas
coisas boas aconteceram no decorrer dessa maravilhosa viagem. Acredito que não
sou capaz de em apenas uma postagem descrever tudo que vivemos e sentimos...
Tiramos muitas fotos e filmamos também, mas isso não será capaz de descrever
cada sentimento e emoção sentida. Elas servirão para lembrarmo-nos de que
realmente tudo valeu a pena! Cada dor sentida, cada aula perdida, ensaios,
insônia, estresse, trabalhos acadêmicos deixados de lado... Enfim, valeu a pena
TUDO que fizemos para tornar esse
sonho real!
Já na recepção as coisas foram sendo
desrotuladas. Digo isso porque sempre ouvi dizer que os estadunidenses não são
receptivos e só se preocupam com eles. Enquanto na realidade me senti
recepcionada por parentes, pessoas próximas preocupadas sempre em nos ver bem.
O clima e
a comida de fato são bem diferentes do que estamos acostumados no
Brasil, mas conhecer culturas novas verdadeiramente agrega valores para toda
vida. Por isso em algum momento esses tópicos (incluindo a distância) foram vistos como obstáculos, que
ultrapassamos com muita alegria. Diante disso tomo a liberdade de mencionar essa
viagem como uma grande aventura.
Nessa aventura podemos conhecer Notre Dame
visitando a famosa basílica, onde fizemos nossa primeira apresentação,
monumentos da guerra, a gruta da Nossa Senhora de Lurdes, o estágio, o espaço
onde eram realizados os ensaios da banda marcial, os campos de treinamento e
alguns de seus prédios e suas histórias nesses 170 anos que a universidade
possui. Ela de fato é muito bonita e bem conservada - um local realmente
encantador. Além da universidade fomos
jogar boliche, mini golf, fazer compras no shopping da cidade e patinar no gelo.
Não poderia deixar de mencionar as apresentações
e os valores que elas tiveram nessa excursão. Considero como a primeira
apresentação
O
Salmo que cantamos na basílica. Não havíamos nos preparado para isso,
entretanto, a música saiu linda emocionando cada pessoa ali presente. Foi como
se naquele momento todos nós estivéssemos sendo recebidos e abençoados por toda
aquela santidade presente.
No decorrer da semana fizemos pequenas
apresentações e ensaios abertos antes do grande dia e este dia era Sábado, pois
nos apresentaríamos juntamente com a Banda marcial de Notre Dame no intervalo
do jogo de futebol dela contra Stanford.
Dia 13 de outubro de 2012 é esse o dia que ficará
armazenado com muito carinho na memória de cada participante desse espetáculo,
seja eles participantes ativos ou os que trabalharam nos bastidores. Aquele
dia, diferente de todos daquela semana, amanheceu chuvoso e já às nove da manhã
todos estavam de pé ensaiando para que na hora tudo estivesse perfeito. Terminamos
de nos arrumar e fomos em direção ao local onde nos apresentaríamos antes do
estádio. As pessoas que precisavam de apoio médico foram logo atendidas
enquanto outros ainda se arrumavam e ajudavam os colegas. Era verdadeiramente
tudo muito rápido!
Por um momento achei que aquela chuva toda fosse
adiar ou apagar nossa apresentação, então pedi a Deus com toda minha fé para
que ela desse uma trégua, entretanto, não foi isso que aconteceu! Vi maquiagens
sendo escorridas pelo rosto das meninas, os cabelos, que tanto deram trabalho,
sendo desmanchados, mas em momento algum pude ver um sorriso sendo fechado,
pelo contrário, tudo aquilo era uma tremenda piada para nós que viajamos cerca
de 12 horas para estar ali. Então à única coisa que nos restava era superar
tudo aquilo e dar o melhor que tínhamos! Os cabelos foram refeitos, a maquiagem
retocada, a roupa trocada e no momento da apresentação, quando o narrador do
jogo disse “Os Meninos do Morumbi” a adrenalina já era tanta que a dor não
existia mais, o frio havia passado, pois nosso som simbolizava o Sol, juntamente
com a Chuva, que de fato caía, transformava a dança e o canto um enorme arco-íris
que deslumbrou todos ali presentes. Uma tremenda festa! Que não poderia ser
mais bem finalizada com o resultado de Notre Dame 23 X 20 Stanford.
Depois de muito gritar
“GO IRISH” fomos convidados para participar de uma missa. Estávamos todos
ensopados, mortos de fome e quase vencidos pelo cansaço, mas a missa deveras
foi bela, ou pelo menos para mim que nunca tinha participado de uma. Sua mensagem era bem simples: Que nos
desprendesse da matéria e nos ligasse um pouco mais à espiritualidade. Algo
mais que emocionante e que jamais será esquecida! Minha primeira missa em uma igreja
nos Estados Unidos, realizada em inglês e traduzida por um ateu. Isso sim é o
que chamo de amor ao próximo (a lei mais importante do evangélico)! Por
instantes abrir mão da sua crença ou ideologia a fim de proporcionar um momento
desses aos adolescentes que acabara de conhecer.
Por fim, jantamos e
fomos para nossos dormitórios onde foi realizada a “despedida” entre nós e os
estudantes brasileiros que lá estudam e nos ajudaram e acompanharam no decorrer
da semana. Emocionante, todos chorando porque mesmo em tão pouco tempo criamos
laços com essas pessoas, trouxemos para eles a alegria da nossa terra fazendo
assim eles sentirem saudades de familiares e amigos. Foi muito gratificante
saber que mesmo em semana de teste todos eles deram um jeito de estar conosco,
mesmo que por pouco tempo, nos prestigiar nas apresentações realizadas.
Obrigada a todos.
O fim de nossa viagem estava
chegando, enfrentamos mais duas horas e meia de ônibus de ND a Chicago e o
Carlão, mais uma vez, mostrou sua vocação para agente de turismo nos mostrando
as ruas e os prédios mais famosos dessa cidade, uma das mais arquitetônicas do
mundo, sendo cenário de vários filmes e seriados. Ainda nela, tivemos o privilégio
de visitar Navy Pier, de onde podíamos avistar o grande lago Michigan e a
cidade de cima de uma roda gigante. Ali mesmo comemos e depois seguimos em
direção à grande escultura “Feijão”. Com muita saudade de casa esse momento foi
o “delírio da galera”. Há mais de cinco
dias sem nosso feijãozinho nunca havia pensado que encontraríamos um enorme
feijão nas ruas dos Estados Unidos! Finalizamos esse dia indo à Miami para
dormir e no dia seguinte retornar a nossa pátria amada. Mas não poderia esquecer-me
da alegria que era ver todas aquelas pessoas nos reconhecendo nos corredores do
aeroporto de Chicago! Provavelmente o canal onde passou o jogo é como se fosse
a rede Globo para nós, e todos que nos pararam diziam que gostaram muito da
nossa reformasse.
Seria impossível fazer uma
viagem como essa e não compor uma analise sobre a diferença de cultura e infraestrutura
dos EUA, um país de “primeiro mundo” e o Brasil, em fase de desenvolvimento. É
claro para todos que um país nunca desenvolverá com tanta corrupção, e
principalmente eleitores sem comprometimento com sua própria nação. Pessoas que
contentam se com pouco e acreditam que não dá para melhorar. Mas nós temos o
dever, como embaixadores dela, multiplicar a ideia de que a cultura, a arte, o
esporte e a educação de modo geral são à base de tudo. Bons pais, bons
profissionais, cidadão de bem. Algo que a instituição Meninos do Morumbi diz a
quinze a nos e que vem mudando vidas de jovens como eu, por isso que me orgulho
tanto de ser Meninos do Morumbi.